quinta-feira, 20 de março de 2008

Bicicleta

Estou sem tempo para atualizar meu blog com novos posts, então resolvi resgatar alguns que resultaram de algumas divagações intimistas de anos passados. Bem, quem tiver paciência fique à vontade. Abraço, Sheila.

Bicicleta

Sinto novos ventos em meu rosto
Ares que nunca, antes, haviam tocado meus fios de cabelo.
Dos meus olhos busquei novas formas de enxergá-lo
E das pessoas novos prazeres sem promessas.
Na solidão infantil,
Por muito tempo busquei o não-vazio
E não sendo infantil
Olhei a mim mesma
E me descobri pela visão daquela que fui.
O vazio não me acompanhara apenas na infância
Ele estaria aqui para sempre
O desejo de não ter que tê-lo por companheiro
Fez-me sentir medo,
Fez-me abraçar vidas que acreditei eternas
Quase tão fugazes quanto o tempo que se leva
Para escrever a palavra: palavra.
Entendi.Abracei a mim mesma...
eu teria que não ter medo, simplesmente.
Perdi o medo de bicicleta.
Perdi o medo de ver meus fios caírem ao movimento da tesoura.
Perdi o medo de sorrir novamente.
Perdi o medo de escrever.
Tomei minha mão direita por companheira
E assim proporcionei, à pessoa que mais profunda sou,
Liberdade!
Na manhã de dois dias da semana, acordo, pego a bicicleta e me lanço na estranha e maravilhosa sensação de liberdade que me ausentei por medo.
Hoje, cerro meus olhos e não tenho pesadelos.
08/12/2005

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