segunda-feira, 31 de março de 2008

Não sei, só sei que é assim...

….”The Kiss”, Gustav Klimt

Diga Não ao rebaixamento de Plutão!


Gente, vi a frase acima destacada na camisa de um colega durante uma aula de modernidade (ainda no dia de hoje) e não me contive em dar uma boa gargalhada...seria cômico se não fosse trágico! Seria esse o sinal da pós-modernidade que muitos buscam? Não ter o que reivindicar efetivamente? A apolitização? Que pena que vestir a camisa por algum ideal parece algo do passado para algumas e alguns.
Bem, se é coisa do passado sou balzaquiana...vou por aí com as minhas...
De repente até penso direitinho sobre a possibilidade de dizer não ao rebaixamento de plutão também, afinal, tenho uma escorpiana muito querida em minha vida e não gostaria de vê-la órfã de planeta...heheheh.
Abraço em tod@s!


Ah, acabei de lembrar que vi também na camisa de um outro colega de grupo de estudo uma frase muito boa: "A causa indígena é uma causa de tod@s"!, acho que era assim...ai que alívio...que bom que me lembrei que não sou uma "careta" solitária!


quarta-feira, 26 de março de 2008

Ai que pressão...

Ai que pressão...
Escrever resenha, artigo e poemas para publicação.
A cabeça ferve e o coração a todo vapor
Ai como pensar causa dor...
Dor na coluna, dor no pescoço
E ainda a angústia: será que valerá o esforço?
Algo me diz: Precisas se esticar
E eu digo: Ai como seria bom ver o mar!
Jogar para fora as mazelas, ficar corada e feliz
Mas, por enquanto, tô aqui
Fungando e assoando o nariz.


Peguei a imagem acima através do google, proveniente da blog kducando.blogspot.com

quinta-feira, 20 de março de 2008

Bicicleta

Estou sem tempo para atualizar meu blog com novos posts, então resolvi resgatar alguns que resultaram de algumas divagações intimistas de anos passados. Bem, quem tiver paciência fique à vontade. Abraço, Sheila.

Bicicleta

Sinto novos ventos em meu rosto
Ares que nunca, antes, haviam tocado meus fios de cabelo.
Dos meus olhos busquei novas formas de enxergá-lo
E das pessoas novos prazeres sem promessas.
Na solidão infantil,
Por muito tempo busquei o não-vazio
E não sendo infantil
Olhei a mim mesma
E me descobri pela visão daquela que fui.
O vazio não me acompanhara apenas na infância
Ele estaria aqui para sempre
O desejo de não ter que tê-lo por companheiro
Fez-me sentir medo,
Fez-me abraçar vidas que acreditei eternas
Quase tão fugazes quanto o tempo que se leva
Para escrever a palavra: palavra.
Entendi.Abracei a mim mesma...
eu teria que não ter medo, simplesmente.
Perdi o medo de bicicleta.
Perdi o medo de ver meus fios caírem ao movimento da tesoura.
Perdi o medo de sorrir novamente.
Perdi o medo de escrever.
Tomei minha mão direita por companheira
E assim proporcionei, à pessoa que mais profunda sou,
Liberdade!
Na manhã de dois dias da semana, acordo, pego a bicicleta e me lanço na estranha e maravilhosa sensação de liberdade que me ausentei por medo.
Hoje, cerro meus olhos e não tenho pesadelos.
08/12/2005

O dia em que Augusto dos Anjos me inspirou

Um outro resultado da faxina...Devo ter lido Augusto dos Anjos minutos antes, heheheh!
Aí vai:
Rompo os nós
Desconstruo esse mito
De que mulher é amor, docilidade e delicadeza
Que comporto em mim uma ética do cuidado inerente à minha condição de fêmea
E retira de mim, na mesma medida, a sujeira, o forte, o grosso, o insensível
Sou eu também tesão e ódio
Não querer ser deus,
Não sou à sua imagem e semelhança
Também não desejar ser Maria
Postar-me como sempre virgem, submissa e com os olhos voltados para baixo
Questionarei a bíblia e o seu mito do paraíso perdido
A mulher como a imagem do diabo
Elevarei meu pensamento para meu umbigo
E parirei dele uma placenta com uma flor dentro
Cagada, medrosa e sem pétala
Que feia e desidratadaMal nascia e já morria
Seu fôlego foi tão intenso
Que desaprendeu a respirar
Seu primeiro suspiro se tornou também o seu último
E ela viveu como ninguém jamais devera ter vivido.
Nesse mundo de crises, guerras, machismos, muitas outras cagadas e flores artificiais
Não desejo ser essa flor
Tampouco o cravo que a despetalou
Desejaria ser simples e intensamente
Esse sopro de vida que não sou.
21/06/2004

O tempo que passa


Não queria ir dormir hoje sem escrever algo. Recorri a um dos resultados da minha faxina, esta que tem sido um ritual meu há alguns anos e que tem por objetivo central, liberar minhas estantes dos papéis que não me servirão mais e que só acumulam poeira. Três sacolas grandes de papel: é papel de rascunho "até umas horas"! Por outro lado acaba acontecendo um outro fenômeno, talvez o lado menos ecologicamente incorreto dessa história: acabo revisitando antigos papéis e ensaios, pequenos poemas, antigas dores de desamores, mensagens, cartões, fotos, enfim... gosto de olhar sempre diferente para algumas coisas que já considerei importantes e para aquelas que continuam sendo importantes. Acho, inclusive, anotações que foram feitas em outras faxinas e assim sucessivamente... Bem, aí vai uma que encontrei e achei interessante nessa minha "revisita". Ao longo dos dias exporei alguns outros. Abraço!

Quem olha de fora
Muitas vezes não enxerga o enorme barulho que ecoa dentro daquela pessoa que atravessa a rua, ou está sentada/o em seu escritório, ou entregando pizza, ou dirigindo o carro que pára no próximo sinal.
Sempre me interesso pelo pensamento, sou uma daquelas pessoas barulhentas. Hoje estou em casa e me permito silenciar atrevés do que escrevo.
Passei a tarde mexendo em papéis e, há pouco, tentei desenhar a mim mesma dormindo. Puxa, como não havia pensado nisso antes? (talvez porque não saiba desenhar - observação atual).
Mas voltando ao barulho, lembrei de quem eu era aos 14 anos. Me vi na mesma que sou hoje, exceto pelas cicatrizes. Por isso aceito e admito que já não sou mais aquela garota de 14 anos, mas tenho ela dentro de mim, assim como tenho dentro dos meus olhos aquela bebê exposta na fotografia na casa de minha mãe e de meu pai. Ela jamais sairá de minhas entranhas. Não faz muito tempo e me dei conta de que aquela era eu e que os olhos eram os mesmos e que a única e grande diferença que nos marcaria para sempre seria, então, o jeito de olhar.
De certa forma desafiei o mundo quando me propus desatar os nós daquela menina.
Me desenhei dormindo.
Me desenhei de cabeça para baixo.
A fotografia acima foi registrada em Petrolândia/2004, num encontro com @s índi@s Pankararu .